Uma data de luta, coragem e visibilidade. Há 50 anos, em Lyon, França, cerca de 100 mulheres ocuparam a igreja de Saint-Nizier. Elas não pediam caridade. Pediam respeito. Segurança. O direito de existir com dignidade.
Durante 8 dias, enfrentaram o silêncio, a repressão e o estigma — e fizeram história. Nascia ali o movimento que transformaria o 2 de junho no Dia Internacional da Trabalhadora Sexual, ou o Dia da Acompanhante.
E, enquanto você lê este texto,
0
pessoas estão buscando acompanhantes online no Brasil.
Isso é mais do que o fluxo de passageiros de 15 aviões lotados.
Mais do que o dobro de nascimentos por minuto no país.
Mais do que a maioria tem coragem de admitir.
E é por isso que o Dia da Acompanhante permanece sendo uma data de luta por visibilidade e respeito.
o brasil tem mais de
1,4 milhão
de acompanhantes
São quase quatro vezes mais acompanhantes do que médicos.
São mais acompanhantes do que as populações de Florianópolis, Vitória, Cuiabá, Aracaju, Palmas e Porto Velho.
Você talvez não soubesse disso, mas a invisibilidade tem números.
87 %
dos acompanhantes atuam nas ruas.
É como se todos os trabalhadores de IFood, Rappi e Uber estivessem exercendo sua função sem aplicativo, sem GPS e sem suporte. Sem segurança.
83 %
já sofreram violência física, psicológica ou digital.
É como se todas as mulheres de Belo Horizonte já tivessem sido agredidas por causa do seu trabalho.
mais de
1 milhão
Acompanhantes
vivem sem qualquer proteção trabalhista: sem contratos, direitos ou rede de apoio.
E mesmo assim…
a fatal model recebe
61 milhões
de acessos por mês.
84.722
de acessos por hora.
quase 1,5 mil
acessos ininterruptos por minuto.
O suficiente para lotar o Allianz Parque em menos de
40 minutos.
estima-se que o mercado do sexo no Brasil pode movimentar até
R$ 5 bilhões
por ano.
O mercado não para de crescer, mas o desamparo também.
A ocupação iniciada na França há 50 anos durou oito dias, mas ecoa até hoje. É uma luta que ainda não acabou. Não pode acabar, porque…
68%
dos acompanhantes são chefes de família.
58%
sustentam outras pessoas além de si.
225mil
têm ensino superior, mas seguem invisibilizadas.
O contraste é chocante, mas inegável.
De um lado, números que não mentem:
Um mercado gigante, formado por milhões de consumidores e profissionais que sustentam lares, cuidam de famílias e giram a economia.